“Não podemos ultrapassar o sinal vermelho e prejudicar a assistência adequada”. Com essa declaração a presidente da Fundação Hospitalar de Feira de Santana, Gilberte Lucas, anunciou a suspensão temporária do acesso de novas pacientes em trabalho de parto ao Hospital da Mulher. Ela afirma que seria uma temeridade continuar o serviço dentro das condições de superlotação em que se encontra o hospital. Na tarde de quarta-feira, 18, sete bebês que nasceram prematuramente tiveram que ser acomodados no Centro Obstétrico, onde foi montada uma operação especial para garantir os cuidados que normalmente são oferecidos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI). O Hospital da Mulher dispõe de oito leitos de UTI neonatal, mais sete vagas no berçário de médio risco e 90 leitos para as mães. Em menos de 48 horas todos esses espaços foram ocupados. Até o setor onde é aplicado o método “Mãe Ganguru” se encontra com excesso de ocupação. O número de mães no local passou de sete para onze. Há ainda sete mães numa fila de espera. A direção do hospital constatou que estão vindo pacientes até de municípios que não são pactuados com Feira de Santana, a exemplo de Jacobina, Lençóis e cidades do Vale do Jequiriçá. A situação é tão delicada, que o setor de pré-parto teve que ser interditado pelo excesso de lotação. “Muitas mulheres já chegam em trabalho de parto, algumas com apenas 30 semanas de gestação”, destaca Gilberte. O excesso de demanda traz sérias complicações para o bom andamento dos trabalhos da equipe médica. "Por isso mesmo os médicos alertaram e até pediram a suspensão temporária da recepção a novas pacientes”, afirma. A presidente da Fundação Hospitalar esclarece também que “a medida, embora rígida, é necessária por uma conduta técnica e de responsabilidade com a qualidade do serviço. O objetivo é evitar riscos dentro da unidade”, destaca. Ela garante, ainda, que reabrirá o atendimento para novas pacientes tão logo consiga regularizar as demandas internas. “Estamos tentando transferir pelo menos três bebês para berçários de outras unidades, para liberar espaço para o serviço de pré-parto”, informa Gilberte.