O reajuste nas tarifas da Embasa em índice acima da inflação que entrou em vigor na terça (6/6) voltou a ser criticado pelo deputado estadual Carlos Geilson (PSDB), em discurso da tribuna da Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira (7). “Mesmo prestando um serviço cada vez mais precário, mesmo deixando faltar água nas torneiras, mesmo obrigando idosos e mães de família a recorrerem à velha prática da lata d’água na cabeça, a Embasa foi agraciada pelo Governo do Estado com um aumento extraordinário de 8,80% na tarifa, mais que o dobro da inflação oficial, que nos últimos 12 meses foi de apenas 4,08%”, disse. Como se não bastasse, observou Geilson, a resolução da Agência Reguladora de Saneamento Básico do Estado da Bahia (Agersa) que aprovou o reajuste também estabeleceu que os próximos aumentos anuais, até 2020, serão também acima da taxa de inflação. “Mas, como, para o governo estadual, desgraça pouca parece ser bobagem, a Agersa também aprovou uma alteração no volume do consumo mínimo, o que prejudica exatamente a parcela mais pobre da população”, apontou. Com a alteração, o consumidor residencial que pagava uma taxa mínima de R$ 25,30 pelo consumo de até 10 metros cúbicos de água, passou a pagar R$ 27,50, mas por um consumo de apenas 6 metros cúbicos. Se passar desse volume vai pagar um adicional que varia de R$ 1,09 a R$ 14,95 por cada metro cúbico de água consumido. “E o governo ainda diz que devemos agradecer ao Senhor do Bonfim, pois o reajuste pedido pela Embasa era bem maior: a empresa queria reajustar a tarifa em 53,1%”, revelou o deputado, indignado. Ele apontou ainda a contradição do governo, que se nega a reajustar os salários do funcionalismo, alegando a crise econômica, “mas na hora de aumentar a tarifa de água não lembra que, se existe crise, ela afeta a todos, sobretudo as camadas mais pobres da população”.