A prática adotada por alguns vereadores da bancada governista da Câmara Municipal Feira de Santana, de usar a Tribuna somente para criticar o Governo Estadual foi questionada pelo líder da oposição, Alberto Nery. Segundo o edil, os vereadores deveriam discutir a cidade de Feira de Santana e seus problemas. “Às vezes me pergunto se estou no lugar certo. Fomos eleitos para legislar por Feira de Santana. Mas os colegas sobem a tribuna apenas para criticar o Governo do Estado, simplesmente porque o ex-prefeito José Ronaldo é candidato a governador”, afirmou. Ainda de acordo com Nery, problemas importantes da cidade deixam de ser discutidos para focar apenas no interesse de tentar desgastar o Governo do Estado e enaltecer a figura do ex-prefeito. “Isso me causa angústia. Nós estamos vivendo em uma cidade onde o ex-prefeito anunciou uma obra de R$ 97 milhões num “negócio” chamado BRT que até hoje não sabemos pra onde vai exatamente. Temos outra obra chamada Shopping Popular, que está sendo construída numa área pública doada pelo Poder Público e esta Casa aprovou mais R$ 20 milhões de investimento com dinheiro público para o local. Ao invés de debater essa situação, discutem coisas pequenas”, alertou. Nery aproveitou para cobrar a construção de um hospital municipal. “Tantas cidades menores que Feira de Santana possuem hospital municipal e uma cidade desse porte não tem. Essa semana uma senhora me disse: – Ai de nós se não fosse o Clériston em Feira de Santana”, relatou Nery em resposta às críticas constantes que vereadores fazem ao Hospital Geral Clériston Andrade. Após os questionamentos feitos por Nery na última semana sobre uma licitação que a prefeitura pretende fazer para estudar a viabilidade econômica das empresas de ônibus, a Comissão de Obras, Urbanismo e Infraestrutura da Casa foi recebida pelo secretário João Marinho Falcão. Segundo Nery, que é membro da comissão, muitos pontos ainda precisam de esclarecimento. “Ontem mesmo estive com os empresários por conta das minhas atividades como sindicalista para discutir a campanha salarial e e eles expuseram que desde o início da operação mandam ofício para que Prefeitura se manifeste acerca do prejuízo que eles estão acumulando, por conta do não cumprimento do edital. De acordo com o documento eles só operariam com 30% dos colaboradores existentes e transportariam R$ 2,5 milhões de passageiros por mês. Hoje, na prática, transportam R$ 1,9 milhões. Eu pergunto: com esse estudo proposto pela licitação, a prefeitura vai reembolsar os cofres das empresas?”, questionou. Nery finalizou seu pronunciamento, convocando os colegas para a realização de uma audiência pública sobre o tema. “Quero chamar os vereadores que tem preocupação com Feira para fazermos uma audiência pública. A qualquer momento a população de Feira de Santana, e principalmente as pessoas mais carentes, pagarão mais caro pela tarifa ou até poderão ficar sem transporte. Se eles estão recebendo menos que estimaram eles não vão ficar. Vamos discutir a cidade”.