É possível, a um político detentor de mandato popular, ser reconhecido pela comunidade, mesmo não fazendo parte da bancada governista e tendo acesso aos benefícios que a administração pode viabilizar e que transferem prestígio ao aliado. Esse é o entendimento do experiente vereador Roberto Tourinho (PSB). Embora jovem, com 46 anos de idade, ele é o detentor do maior número de mandatos na atual composição da Câmara: são seis legislaturas e em todas elas esteve na oposição ao Executivo. A primeira eleição de Tourinho foi em 1988 e quando iniciou o mandato, em 89, ele já estreava na oposição. O prefeito era o peemedebista Colbert Martins da Silva e o vereador integrava a bancada do antigo PFL, sendo liderado do seu pai, o ex-prefeito José Falcão. “Nunca fui governo”, afirma. Sua última vitória eleitoral, em 2008, foi com quase 3,2 mil votos. Mesmo quando o pai dele foi prefeito, nos anos 90, e Tourinho era vereador, ele não chegou a ocupar sua vaga na Câmara como governista. Estava licenciado para atuar na Secretaria de Obras. Quando assumiu a cadeira no Legislativo, o prefeito já era Clailton Mascarenhas, elevado ao cargo com a morte de Falcão. Tourinho já estava na oposição ao novo gestor. “Não sinto falta”, diz ele, sobre o fato de jamais ter sido governista. Em sua opinião, é possível realizar um bom mandato na oposição. “Como oposicionista, o vereador tem até mais liberdade de atuar, mais independência”, observa. Na Câmara, faz parte da bancada de sustentação dos governos Jaques Wagner e Dilma Rousseff. No plano local, é oposicionista do prefeito Tarcízio Pimenta. Sobre Tarcízio, comentou que não tem problema pessoal com o gestor. “Minhas críticas são no campo das idéias e da administração”. Observa, porém, que o prefeito desenvolveu algumas ações com o objetivo de prejudicá-lo. “Entre outras medidas, ele abriu sindicância, por exemplo, para apurar suposta irregularidade no meu enquadramento como procurador municipal. Chegou a prorrogar o prazo, mas nada concluiu”. (Informações da Ascom)