“Você pagou com traição, a quem sempre lhe deu a mão”.  Essa foi a música que embalou a polêmica sessão que discutiu a reforma do plano de saúde dos servidores do Governo da Bahia (Planserv). Cantada pelos funcionários públicos e sindicalistas que foram até a Assembleia Legislativa protestar, a música fazia referência ao governador Wagner e ao Partido dos Trabalhadores, que segundo a categoria, no passado defendiam as mesmas ideias que eles. Entretanto, os protestos não impediram a base governista, comandada pelo líder do governo, o deputado Zé Neto (PT), de aprovar o projeto por 39 votos a favor e 20 contra. Um dos mais revoltados com a aprovação do projeto que determina a cobrança extra por consultas e procedimentos médicos que ultrapassem um patamar pré-determinado, o deputado estadual Targino Machado (PSC) chegou a levantar um saco de moedas, durante um discurso, para insinuar que seus colegas foram comprados para dar voto favorável. “Não acho que seja de graça que deputados votem contra interesses do povo. Quanto o governo está gastando com cargos e benesses para os deputados?” questionou Targino.  Depois de ser muito vaiado, de quase ser acertado pela bolsa de uma sindicalista e de comemorar quando o presidente da Casa, Marcelo Nilo (PDT), chamou a Polícia Militar para retirar manifestantes das galerias, o deputado Zé Neto (PT), se mostrou feliz com a aprovação.  “A tarefa de ser Governo é a tarefa de cuidar de todo o Estado, de entender o que é melhor para a população, o que é que é melhor para a administração pública”, disse.