A
gravação de um depoimento atribuído ao deputado Zé Neto (PT) em que ele estaria cobrando de assessores parte do salário, para bancar ações políticas do seu mandato, continua repercutindo na Câmara. O vereador Angelo Almeida (PT) apresentou em plenário o resultado de uma perícia realizada sobre o conteúdo. “O parecer técnico da perícia material do áudio comprova irregularidades fonéticas, zonas de silêncio e descontinuidade de informantes que permitam inferir datasse de edição do material”, disse ele, lendo o relatório. O documento indica que é possível, no material, a ocorrência de inserção, remoção ou alteração da ordem cronológica de trechos gravados. "Não precisa ser advogado para compreender os diversos cortes que houve nesta gravação, comprovando que a mesma não tem legitimidade", afirma. Em sua avaliação pessoal, Angelo disse que as interrupções na gravação mostram falta de conexão e descontinuidade de informantes que “permitem inferir tratar-se de edição de material”. Quanto à referência a sigla GTE, que o deputado faria na fala gravada, Angelo esclareceu: “Nós do PT temos o Grupo de Trabalho eleitoral. O DEM diz, maldosamente, que seria uma espécie de gratificação paga a assessores na assembleia”. “Então, imitaram a voz do deputado José Neto na gravação a respeito de cobrança de ‘mensalinho’ de servidores”, comentou o vereador Lulinha (DEM), em tom de ironia. Ainda como provocação ao petista, o democrata também ironizou o julgamento que acontece no Supremo Tribunal Federal sobre o Mensalão: “é mentira. O envolvimento do povo que era ligado ao ex-presidente Lula é tudo mentira”.