Não é preciso ser bom de memória, para lembrar como o então vereador Zé Neto reagia, em Feira de Santana, quando a administração municipal, pressionada pela economia, e com o cuidado de não ultrapassar o Limite Prudencial, necessitou parcelar o reajuste do funcionalismo. Limite Prudencial é o percentual estabelecido como base para se evitar que os governos extrapolem o valor máximo que deve ser investido em folha de pessoal. O petista atacava, sem dó nem piedade, a medida do governo, lançando o servidor contra a administração e causando até algumas crises. Pois bem. Sabem como o agora deputado estadual trata o assunto, quando o governador Rui Costa, do seu partido, faz a mesma coisa com o funcionário público do governo da Bahia? Para o Zé Neto de hoje, pagar o reajuste de uma só vez seria, pasmem todos, uma “inconsequência”. Isso mesmo, uma “inconsequência”. Como mudam as opiniões. O que antes era algo uma crueldade com o servidor público, agora é “chá amargo, mas que deixa o organismo melhor”. A Prefeitura de Feira de Santana paga o reajuste do servidor municipal de uma única vez, neste mesmo ano em que o Governo da Bahia só vai incorporar aos salários a segunda parcela, de míseros 2,81%, em novembro. E o deputado petista acha que isto “deixa o organismo melhor”. É como disse a ex-secretária estadual e municipal de Educação, ex-reitora da Uefs, Anaci Paim, que não tirou o chapéu para o deputado, no programa do Silvério Silva: “Não tiro porque ele mudou de bandeira”.