Motoristas e cobradores do transporte urbano em Feira de Santana anunciam que pretendem entrar em greve, na próxima quarta (20). A categoria não chegou, até aqui, a um acordo para o reajuste salarial anual. É curiosa essa má vontade das empresas, de negociar com os trabalhadores. Afinal, não faz muito tempo, a Prefeitura de Feira de Santana concedeu um reajuste de 14,9%, bem acima dos 10% que atenderiam a reivindicação dos rodoviários, evitando uma paralisação. Não é necessário nenhum grande exercício de reflexão, para se chegar a um entendimento acerca do impasse. As empresas que atualmente prestam o serviço, de péssima qualidade, diga-se, devem ser banidas, com a licitação que o Governo Municipal está realizando – embora elas estejam atuando, de todas as formas, para evitar que o processo seja concluído. Os rodoviários, cientes da fragilidade das empresas - aparentemente o grupo que as controla está quebrado em nível nacional – querem pressiona-las, aproveitando-se do momento oportuno. É óbvio que a Prefeitura não vai conceder o desatino de atender o que as empresas estão em busca: um novo reajuste na tarifa, ou mais um aporte financeiro, como a compra antecipada de vale-transporte do funcionalismo, já realizada este ano, ou ainda a prorrogação dos seus contratos, grande sonho delas, que não será concretizado. Diante desse quadro, a sociedade civil deve estar atenta e mais ainda o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Alberto Nery. Ele bem sabe de toda essa trama das empresas. Além de não compactuar, ele precisa abrir os olhos da categoria para a realidade. Como vereador, Nery não pode entrar no jogo das empresas. Não deve esquecer que o povo feirense – e o eleitor, em especial – vai acompanhar a sua postura nessa situação.
Na foto, ônibus quebrados em suas garagens, enquanto os usuários reclamam da pouca quantidade de veículos em circulação. É grande o número de ônibus afastados da frota em serviço, estacionados com defeitos diversos nos pátios das empresas. Uma perversidade com a população.