No uso da tribuna no horário do grande expediente desta quarta-feira (04), na Casa da Cidadania, o líder da oposição na Casa, vereador Alberto Nery (PT), tratou sobre a denúncia de que o aterro sanitário de Feira de Santana está funcionando de forma irregular e pertence a grupo investigado na Operação Lava Jato, conduzida pela Polícia Federal. Partindo desse pressuposto, o edil pediu que a Câmara crie uma Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI para investigar melhor o caso. “Quero chamar a atenção do líder do Governo na Casa e dizer que esta denúncia trazida hoje pelo Jornal Folha do Estado é gravíssima e que não foi feita por este vereador, mas sim pela empresa Sustentare, pois recebemos dela um ofício na qual esclarece que o aterro tem todas as licenças ambientais liberadas pelo Ministério Púbico. Porém, a empresa Viva Ambiental, responsável pela coleta e desprezo dos resíduos na cidade, não tem estas licenças e, mesmo assim, está recebendo ordens do poder público para que o lixo seja descartado no aterro dela”, informou. Nery leu um trecho da reportagem onde confirma sua informação. “O Grupo Estre, envolvido na Operação Lava Jato, tem contrato de mais de R$ 17 milhões em Feira de Santana, através da Carvo Serviços e Saneamento S/A, uma das empresas de sua propriedade, com contrato homologado em 19 de maio de 2015 com a Prefeitura do município para recepção de resíduos domiciliares e públicos, resíduos de saúde e entulho misto na cidade. O contrato tem vigência de três anos e pode ser prorrogado por mais dois, o que totalizaria mais de R$ 29 milhões sem as correções dos cinco anos”, diz trecho da matéria publicada na edição de hoje do Jornal Folha do Estado. Nery lembrou ainda que a empresa Viva Ambiental pertence ao grupo Carvo Serviços e Saneamento S/A. “O Município está descumprindo uma lei federal quando continua utilizando o aterro que foi impedido judicialmente. Isto é um crime ambiental, pois o aterro não tem licença nem autorização judicial para continuar funcionando. Isso sim é crime de responsabilidade fiscal e vamos solicitar desta Casa a abertura de uma CPI”, pontuou. Em aparte, o líder do Governo na Casa, vereador José Carneiro Rocha (PSDB) garantiu que o Município está agindo dentro da legalidade e que duvida que algum político de Feira de Santana tenha recebido ou liberado propina para esta empresa. “E, se houver algo ilegal no contrato, o Município está aberto e disposto para resolver”, afirmou. Também em aparte, o edil Edvaldo Lima (PP) pontuou que o Município insiste em fazer o descarte do lixo de forma ilegal. “Este Governo deveria ter suspendido esse contrato. Este gestor está cometendo uma improbidade administrativa e deveria sofrer um impeachment”, avaliou. Para finalizar, Nery disse que foi informado pelo diretor da Sustentare que os valores pagos à Viva Ambiental é o dobro do que era pago à Sustentare. “Tem mesmo que ser instaurada uma CPI, porque as denúncias são gravíssimas”.