Logo após a sessão final de julgamento do processo de impeachment da Presidente Dilma Rousseff nesta quarta-feira (31/08) no Senado, Lídice da Mata, senadora pelo PSB-BA, disse que “o que aconteceu foi a cassação do mandato de uma Presidente da República, sem crime de responsabilidade”. A votação foi feita em duas etapas: na primeira, 61 senadores aprovaram o impedimento de Dilma, contra 20 votos por sua manutenção na Presidência da República. Na segunda etapa, os senadores decidiram se ela ficaria inabilitada para funções públicas por oito anos. Nessa questão, Dilma manteve seus direitos por 43 votos favoráveis, 36 contrários e 3 abstenções. Indignada com o resultado, Lídice disse que o Senado foi transformado num “colégio eleitoral”. E completou: “É lamentável. Estarei lutando, a partir de amanhã, para a mudança imediata da lei do impeachment. Esta é uma lei superada, uma lei que não aprimora a democracia no Brasil e cria a instabilidade política e jurídica que, agora, estará sob as cabeças de todos os governantes desse País, governadores e inclusive do novo Presidente”. A parlamentar baiana voltou a dizer que o governo que assume agora não é legítimo e que se fosse um regime Parlamentarista, a queda de um gabinete implicaria em novas eleições. “Com a atual divisão em que o Brasil se encontra, não acredito que seja possível construir uma saída para a economia com a ilegitimidade de não ter um governo passado pelas urnas”. Em relação aos argumentos de que Michel Temer foi eleito junto com Dilma, Lídice declarou que por ter sido eleito com um programa de governo, ele não pode oferecer outro programa ao País. Lídice disse ainda que os aliados de Dilma vão continuar “lutando” após a votação desse processo.