Maior apoio para entidades e competições de esportes radicais na Bahia foi a tônica da audiência pública realizada na manhã de ontem, pela Comissão de Desporto, Paradesporto e Lazer da Assembleia Legislativa da Bahia. Participaram do encontro representantes da Sudesb, Bahiatursa e da Unisport, que falou pelas federações esportivas. “Entendemos a necessidade de discutir o tema, que não tem a visibilidade e o apoio necessários. Vamos atuar junto aos poderes públicos e à iniciativa privada para ampliar o desenvolvimento dos esportes radicais na Bahia. Com mais políticas sociais, de esporte, cultura e lazer teremos menos violência. O Estado gastará menos com saúde e segurança pública”, defendeu o deputado estadual Bobô (PC do B), presidente da comissão. De acordo com o parlamentar, é essencial a Prefeitura de Salvador se preocupar mais com o esporte na capital. “Aqui são realizados grandes eventos esportivos, que também movimentam o turismo. Mas são apoiados pelo governo do Estado. É importante também que os praticantes de esportes radicais se organizem em entidades”, afirmou. O deputado Manassés (PSL) lembrou a existência da prática de voo livre em Jacobina, que leva gente de vários países ao município. “Os esportes radicais precisam de mais incentivos para atrair ainda mais gente. A comissão é uma ferramenta para ampliar a voz das entidades e desportistas, visando o fortalecimento do esporte”, frisou. Também integrante da comissão, a deputada Fátima Nunes (PT) destacou que a Bahia é plural também no esporte. “Estive em Conceição da Feira e vi uma concentração de muitas pessoas perto de uma serra. Procurei saber do que se tratava e me informaram que era a prática de voo de parapente, ensinado por um esportista do Rio de Janeiro. A região do Semiárido tem muitas áreas potenciais para esportes radicais e merece atenção dos poderes públicos”, indicou. Falando em nome da Sudesb, o professor Álvaro Oliveira lembrou o legado de Bobô na autarquia, com várias ações de fomento ao esporte na Bahia e para todas as modalidades. “Mesmo com orçamento pequeno, a Sudesb tem apoiado várias competições e ações vinculadas aos esportes radicais. Contribuímos com R$ 500 mil para o Brasil Rider 2016, em Porto Seguro, além de incentivamos surf, bicicross, mountain bike, motociclismo e automobilismo, em várias cidades”, ponderou. Segundo o representante da Bahiatursa, Luiz Carlos Castro, o esporte é um dos segmentos trabalhados dentro do turismo. “Temos vários destinos turísticos que abrigam competições radicais. Nosso desafio é reforçar mais a relação turismo-esporte, um chamariz para inclusão social”, frisou, lembrando que a superintendência tem se associado a Sudesb em ações de esporte”, destacou. Os problemas e os desafios do setor foram ressaltados por Ubirajara Azevedo e Isaac Aragão, guardas-civis municipais e praticantes de rapel. “Infelizmente não tem fiscalização, nem apoio. Precisamos nos organizar e buscar mais incentivo, pois o material é caro. Também não temos espaços na cidade, diferente de Fortaleza, que possui um paredão para rapel urbano”, disse Isaac. Ubirajara falou da ação no Martagão Gesteira, quando desceram a fachada do prédio e as crianças adoraram. “Procuramos agir socialmente. É importante levar esporte aos bairros populares para combater a violência”, enfatizou. Presidente da Unisport, José Sandes lembrou que foi criada a Federação Baiana de Esportes Radicais. “Precisamos de políticas públicas na área e a Bahiatursa deve ajudar as federações para fortalecer o turismo também. Na Barra, temos o maior torneio de tênis infanto-juvenil do País, mas não tivemos ajuda da Bahiatursa. Ano que vem, faremos uma competição de karatê com 3 mil pessoas. Esperamos apoio para que o estado não perca grandes eventos.