Mudar a difícil realidade enfrentada nos portos brasileiros com a falta de informações e previsões que permita a carga e descarga de navios de maneira segura. Esse foi o desafio aceito pela Preamar, startup incubada no Parque Tecnológico da Bahia. O trabalho incessante começa a render frutos com a divulgação, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), de que a Preamar está entre os 22 Casos de Inovação do Brasil. Tudo isso graças à ideia de criar um software de gestão portuária, o Sistema de Observação e Modelagem Costeira (SOMC). A ferramenta desenvolvida pelos quatro sócios da Preamar, todos formados em Oceanografia pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), é um sistema de informação que permite avaliar riscos para facilitar as manobras de um navio em determinado porto. Mateus Lima e Bruno Balbi, sócios da Preamar, contam que no terminal de Cotegipe, o SOMC permitiu reduzir em 53% o tempo de espera dos navios, o que representa, pelo menos, US$ 2 milhões de economia em cada safra. Tanto o terminal quanto a praticagem podem utilizar o sistema. “Apesar de ser a mesma tecnologia de gerar dados e fazer previsões, o prático precisa de informações que o terminal não precisa. Logo, são ferramentas diferentes. No prático, tem informação de qual o risco em toda navegação até o chegar ao porto. O porto quer saber quanto que ele carrega mais, então existe uma ferramenta da gestão do carregamento”, explica Balbi. Única startup da Bahia entre os 22 Casos de Inovação do Brasil, a Preamar planeja o futuro. “Ser reconhecido pela CNI e Sebrae é algo que nos faz perceber que estamos no caminho certo. A credibilidade aumentou muito e estamos usando isso a nosso favor. Acabamos de fechar um investimento com um grupo de capital de risco de São Paulo. Junto com eles, vamos colocar a estratégia comercial pra frente, a fim de conquistar clientes e, a partir do ano que vem, internacionalizar a ferramenta. A ideia é conquistar o mundo”, projeta Balbi. O Sistema de Observação e Modelagem Costeira (SOMC), criado pela Preamar, inclui, no modo de observação, a instalação de equipamentos no porto, permitindo a coleta de dados em tempo real, como maré, onda, corrente, ventos e precipitação. Já o modo de previsão serve-se de dados de domínio público, como os fornecidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Com estas informações, o SOMC transforma dados complexos em uma linguagem de fácil entendimento por parte do usuário.