Os pequenos painéis coloridos com temas diversos e frases de efeito amarrados às palmeiras entre a praça Jackson do Amaury e a rua Castro Alves, em ambos os sentidos da avenida Presidente Dutra, tem o objetivo de levar transeuntes e motoristas à reflexão sobre o cotidiano e seus problemas. Ninguém se passa indiferente ao trabalho do poeta Luciano dos Anjos, feito com portas de armários encontradas no lixo. As pinturas, a reciclagem, sem temas definidos, são produzidas há cinco anos. As 35 telas foram colocadas na avenida e na praça no mês passado e ali ficarão até o dia 20, quando serão levadas para as avenidas Maria Quitéria, Fraga Maia, Getúlio Vargas e Noide Cerqueira. Apenas uma foi depredada. “Sempre passo aqui para ver como estão”. É uma exposição nômade que passa períodos onde as pessoas circulam. Mesmo que apressadamente. “Comecei colocando os painéis nas árvores da minha rua onde moro e, agora, estou levando às avenidas”, diz o poeta, que também é artista plástico. Ele explica que não tem um processo definido de criação, mas se inspira na vivência e nas reflexões do dia-a-dia. “Qualquer situação gera uma tela, uma frase que pode ser canal de conscientização”. Uma delas: “Sem cinto, sinto muito”, relacionada à necessidade do uso do cinto de segurança por parte dos motoristas. Para ele, a arte que faz está fazendo o caminho inverso ao ser colocada nas ruas e avenidas. “Assim, as pessoas estão tendo acesso às artes”. Segundo ele, cada um dos quadros leva, em média, um dia para ser produzido.