Se a eleição fosse hoje, o deputado federal eleito Zé Neto (PT) largaria na frente. Isso é óbvio. Eleito com boa votação e do partido que elegeu o governador com maior margem da história, ele tem tudo para se sentir favorito a sentar na cadeira de prefeito em 2020. Porém, entretanto, todavia, “política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou”, já dizia o ex-governador mineiro Magalhães Pinto. Daqui a dois anos, é bem provável que essa nuvem já tenha mudado muito. O temperamento do petista é visto com bons olhos quando o assunto é legislar, mas a rejeição é grande quando o foco é um cargo majoritário. Os números das últimas eleições na cidade mostram que o petista tem um “teto de votos” muito difícil de ultrapassar, dada a sua alta rejeição. No mesmo campo político de Neto existem outros nomes. O mais novo é o do deputado Carlos Geilson, atualmente filiado ao PSDB, mas que anunciou apoio ao governo Rui Costa (PT) logo após o resultado da eleição. Geilson apesar de bem votado, se sentiu traído pelo grupo político liderado pelo ex-prefeito José Ronaldo (DEM) e pulou do barco. Há quem garanta que ele é a “carta na manga” do governador para vencer a eleição em Feira de Santana. O maior obstáculo dele será convencer Zé Neto disso. Encontrar um partido da base que o aceite com essa pretensão também será um desafio. Outro aliado do governador que deve entrar forte como candidato é o deputado federal Fernando Torres (PSD). Embora não tenha disputado a reeleição para Câmara Federal, Torres sonha sentar na cadeira de prefeito em 2020. Tem como um dos trunfos, o apoio do fortíssimo Senador Otto Alencar, que tem como objetivo eleger prefeitos nas principais cidades da Bahia. No grupo do ex-prefeito José Ronaldo (DEM), que não pode concorrer pela quinta vez à prefeitura por ter renunciado ao cargo, a disputa segue aberta. Na vantagem, principalmente após Geilson deixar o grupo, o atual prefeito Colbert Filho (MDB) deve ser candidato à reeleição. Ronaldo já fez questão de dizer que ainda é cedo para declarar o candidato dele, mas o fluxo natural é que seja o emedebista. Porém, como já disse antes “política é feito nuvem...” e o democrata Targino Machado também está na briga como o deputado estadual mais votado da cidade, apesar de ser de São Gonçalo dos Campos. Machado ensaia há tempos uma candidatura a prefeito de Feira e desta vez se mostra disposto a tudo para conseguir o objetivo. Correndo por fora, muito por fora, o ex-deputado Sérgio Carneiro (PV). Ele também seria um nome a ser discutido, mas seu fraco desempenho nas urnas o deixou praticamente fora do jogo. O deputado federal e candidato ao Senado derrotado, Irmão Lázaro, andou dizendo em entrevistas que também poderá se candidatar a prefeito em 2020. Todavia, é considerado um “analfabeto político” e não deve se viabilizar. Deve seguir a carreira de cantor gospel. O PSL, partido de Jair Bolsonaro, pode entrar na disputa em Feira. A professora Dayane Pimentel, quarta deputada federal mais votada do estado, pode ser lançada candidata. Existe também a possibilidade do PSL se aliar a José Ronaldo e indicar um vice, ou encabeçar uma chapa articulada por ele. Outro candidato que chama atenção é o professor Jonathas Monteiro. Conhecido como “Rasta”, mais uma vez obteve boa votação na disputa para Assembleia Legislativa pelo PSOL, mas ficou de fora. Ele deve se lançar pela terceira vez candidato ao Paço Municipal. A novidade fica por conta de uma candidatura bastante comentada nos bastidores políticos. A do radialista Dilton Coutinho. Dono da voz mais conhecida do rádio feirense, Coutinho é constantemente sondado por alguns grupos políticos para se apresentar como o “novo” da eleição. Talvez a hora tenha chegado. Apesar de parecer distante, 2020 é logo ali e muita gente já dorme e acorda pensando nisso.