O prefeito de Feira de Santana Colbert Filho (MDB) anunciou, em coletiva de imprensa, o pagamento, em juízo, de R$ 9,2 milhões na área do Feira Tênis Clube (FTC), desapropriada pela prefeitura. Segundo o prefeito o espaço será transformada em um centro educacional onde serão investidos mais R$ 30 milhões com recursos oriundos do recebimento de precatórios. O fê-tê-cê - como é conhecido – é um dos mais tradicionais clubes sociais do município e havia sido arrematado em leilão da Justiça Federal do Trabalho por um preço quase insignificante, apenas R$ 1,6 milhão, em 14 de abril 2010. O clube estava em processo de tombamento desde 2009 após decreto do então prefeito Tarcízio Pimenta. Colbert destacou que a estrutura arquitetônica do prédio será mantida para que seja preservada a memória de Feira de Santana. O centro educacional será composto pela sede da secretaria de educação, um edifício-garagem, um centro de formação para professores e gestores de educação, um teatro com 650 lugares e mais um auditório com 350 lugares. Além disso, de acordo com o secretário de Planejamento, Carlos Brito, uma biblioteca “100% bairrista” será implantada no local. “Será uma biblioteca bairrista, pois só vai existir no seu acervo livros de feirenses e que falem de Feira de Santana, assim como teses e trabalhos de conclusão de curso (TCCs) falando sobre a cidade, assim os pesquisadores vão ter facilidade para achar registro da nossa história”. Brito destacou ainda que essa é a primeira vez que um prefeito desapropria um bem privado em Feira de Santana para preservar a história do município. Um gesto concreto de preservação", destacou.
Por que a prefeitura pagou o FTC em juízo?
O secretário Carlos Brito revelou na coletiva a existência de um processo no Ministério Público que contesta a compra feita no leilão da justiça federal do Trabalho em 2010. O Blog do Velame apurou que o arrematante comprou no leilão uma área equivalente a 3 mil metros quadrados, mas na escritura em posse deles havia registro de compra de 12 mil metros. Por conta desse impasse, a prefeitura decidiu pelo pagamento em juízo e a briga pelo direito do terreno continuará na justiça entre os antigos sócios do clube e os proprietários da empresa 3D, arrematante do bem agora desapropriado.