Discutir a cidade a Mobilidade Urbana, através de novas ideias e conceitos, foi a proposta do II Seminário Estatuto das Cidades, promovido pelo mandato do vereador Angelo Almeida (PT). O evento aconteceu na noite sexta-feira (01), no teatro da Câmara de Dirigentes Lojistas e reuniu cerca de 300 pessoas. O arquiteto e urbanista, Nelson Yamaga, apresentou um breve estudo sobre a cidade, e sugeriu caminhos para que Feira de Santana ordene o seu desenvolvimento de forma sustentável. O mais importante deles é o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, que deve estar alinhado ao Estatuto das Cidades. “O Estatuto das Cidades prevê 30 instrumentos de desenvolvimento urbano, e o PDDU deve contempla-los”, disse. Nelson Yamaga apresentou ainda dados sobre o crescimento da frota veicular de Feira de Santana nos últimos dez anos. De acordo com ele, o número de carros dobrou no período, já o de motocicletas aumentou em cerca de cinco vezes. “Nós, cidadãos, temos que ser proativos. Situações como essa devem ser debatidas e resolvidas através da cobrança e iniciativa popular. Se a cidade cresceu a esse ponto, ela precisa estar preparada para evitarmos uma situação de caos. O uso de bicicletas e transportes de massa eficientes devem ser analisados”, defendeu. A jornalista Natália Garcia, - que também ministrou palestra durante o evento – disseminou entre os presentes um conceito pouco usual de cidade, onde ela é, prioritariamente, pensada para pessoas. Natália é idealizadora de um projeto com o mesmo conceito e viaja o mundo na companhia de sua bicicleta, em busca de boas ideias. De acordo com ela, para se começar a pensar em mobilidade urbana, deve se considerar a restrição do número de carros e, em contrapartida, apresentou a bicicleta como um meio de transporte benéfico para a cidade. “De acordo com um estudo, a cada quilometro percorrido de bicicleta o município ganha R$ 0,70; enquanto de carro, a cidade perde R$ 0,30”, alertou. Os índices considerados vão desde os custos com estruturação de tráfego, até saúde púbica. A jornalista apresentou sete ideias, que, de acordo com ela, torna possível que as cidades sejam feitas para pessoas. A sinalização é uma delas. “Feira de Santana é semelhante a cidade de São Paulo em relação à sinalização, já que ela é voltada apenas para quem está dentro dos carros. Essas placas precisam dialogar com todos, independente de estarem andando, usando transporte público ou bicicleta. Ao mesmo tempo que incentiva, a iniciativa proporciona mais segurança e agilidade para aquelas pessoas que não optam pelo carro”. E alertou: “Mobilidade de veículos é diferente de mobilidade de pessoas. Precisamos pensar na mobilidade das pessoas, em primeiro lugar”. O deputado estadual, Zé Neto (PT) e o federal, Josias Gomes (PT), participaram do evento.