Não é de hoje que se fala em "toque de acolher". O também denominado "recolhimento obrigatório" nada mais é do que a proibição, decretada por uma autoridade competente, de que as pessoas permaneçam nas ruas após determinada hora, individual ou coletivamente, de sorte que aquele que desobedecer aos mandamentos impostos pode ser detido e penalizado. Em Feira de Santana, a medida foi proposta pelo vereador Lulinha (DEM) na Câmara Municipal e virou centro de discussões em toda cidade. O Blog do Velame reuniu algumas opiniões sobre o polêmico projeto. Leia abaixo e dê sua opinião nos comentários.
Tarcízio Pimenta (prefeito de Feira de Santana) “Acho muito difícil a aplicabilidade de um regime dessa natureza em cidades do porte de Feira, tem que trabalhar as familias”.
Angelo Almeida (vereador PT) "O Toque de Acolher Pune ou coloca sob suspeita, restringindo liberdade, toda uma camada de jovens que são posta no mesmo plano, quando apenas uma minoria são responsaveis por atos infracionários, e são estes, que necessitam de cuidados especiais. Para aplicar estes cuidados, basta aplicar o ECA. Para aplicar o ECA, basta vontade Política".
Walter Ribeiro Júnior (juiz da vara da Infância e da Juventude) “Essa é uma Lei que já nasce morta porque não terá aplicabilidade, ou seja, não vai ter resultado. Os únicos que sofrerão com ela são os pobres, pretos e analfabetos”.
Roque Pereira (vereador PT do B) “Sou favorável. Esse jovem que está na rua matando alguém responde pelos atos dele? Porque se ele tem o direito de ir e vir, tem que responder pelos seus atos”.
Lulinha da Conceição (vereador Democratas) “Me reuni com pais e mães de comunidades pobres e eles pediram ‘vereador coloque esse projeto porque nossos filhos estão sendo vítimas das drogas e não conseguimos mais dominá-los’. E eu busquei e apresentei o projeto como solução para esses pais. Em várias cidades o projeto funcionou. Se deu certo lá porque não aqui?”.
Vladmir Aras (Procurador Federal) “Sou contra. Isso é um problema dos pais e dos educadores. Já o Estado tem que fazer sua parte também, para melhorar a segurança pública”.